Eu vejo robôs', diz Michael Bay, diretor do novo 'Transformers'

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Na manhã do último dia 28, o diretor americano Michael Bay parou por duas horas com seu trabalho editando as cenas de seu próximo filme, “Transformers – O lado oculto da Lua”. Nesse tempo, atendeu a uma mesa de jornalistas nos jardins da Paramount, em Beverly Hills.
Usando um boné largo da franquia “Transformers” e camiseta branca rasgada na gola (no ponto em que ele morde enquanto está trabalhando), Bay falou sobre este terceiro episódio que, garante, é o final da série. No Brasil, o longa tem estreia marcada para o dia 1º de julho.



Na nova aventura, os Autobots, robôs benignos que assumem a forma de veículos, enfrentam novamente seus adversários alienígenas: os Decepticons. Mas desta vez há um segredo mantido pelos humanos. A missão que levou o homem à Lua encontrou mais que rochas e poeira nas crateras. Havia também um Decepticon adormecido por lá, que dá origem à nova trama.

Durante a entrevista, observado de longe por seguranças latinos guiando bicicletas que pareciam mal aguentar seu peso, Bay deu detalhes da concepção do roteiro. (Ao fim do encontro, foram exibidas algumas cenas inacabadas do filme.)



“Eu amo o espaço. As histórias sobre alienígenas são as mais bem sucedidas porque há esse fascínio pelo que existe lá fora”, diz Bay, que cita como seu maior herói do cinema o personagem Han Solo, de “Guerra nas estrelas”. “[O físico] Stephen Hawking diz que há provas matemáticas de que há outras formas de vida. E se vierem à Terra, não será com boas intenções, pois provavelmente estará faltando algo a elas.”


O diretor, que tem em seu currículo “Armageddon” (1998) e “Pearl Harbor” (2001), diz que o novo episódio de “Transformers” está mais sombrio e sério, apesar de se manter divertido. “Temos um filme mais forte. Uma história e direção mais fortes.”

A comparação com os trabalhos anteriores não é à toa. Ele disse publicamente que a primeira continuação, “A vingança dos derrotados”, é fraca. “Tivemos a greve dos roteiristas, e aquela foi uma situação terrível. Sem um roteiro você
está ferrado. Então eu estava num dilema”, diz.
 

Havia 600 pessoas que trabalhavam comigo há anos, e o que eu ia dizer a elas? Não, não vamos trabalhar? O estúdio também já tinha colocado dinheiro. Apesar de eu não ligar para o dinheiro do estúdio...”

Filmagens em 3D
Uma das novidades em “O lado oculto da Lua” é que a maior parte das cenas foi gravada em 3D, cerca de 60%, segundo o diretor. O resultado fica visualmente melhor do que quando há apenas a conversão a partir do 2D.



“[James] Cameron chegou para mim e disse ‘cara, você tem que tentar’. Eu sou da velha guarda, gosto de película, ainda odeio digital. Mas, como James disse, é um brinquedo novo. Filmar em 3D é muito difícil, pode distrair o espectador em diálogos, as câmeras são gigantescas e têm que estar alinhadas uma sobre a outra... A tecnologia ainda não está no ponto ideal, mas a levamos ao mais longe que pudemos.” E, enquanto “Avatar” foi filmado em tela azul, o novo “Transformers” usou locações em Chicago, o que tornou o trabalho mais difícil.

“Gravamos no verão, quando todos saem de casa. Não pude acreditar como a cidade se adaptou para nos acomodar. Em certos dias, tínhamos 12 
quadras fechadas para nós."



Em uma das sequências, um grupo de soldados equipados com “wingsuits”, macacões especiais que permitem a uma pessoa planar, voa por entre prédios enquanto tenta escapar dos Decepticons. Os saltos foram realmente executados, e foi preciso de autorização da prefeitura para que os dublês (alguns equipados com câmeras no capacete) pudessem realizar suas manobras durante dois finais de semana.

Momentos de ação desenfreada como esse se repetem ao longo da trama, uma marca de Bay: espere assistir aos heróis escorregando pela fachada envidraçada de prédios inclinados, batalhas aéreas e, claro, brigas entre as enormes máquinas humanoides, construídas com chassis de carros.

“Colocam a culpa em mim por toda a onda de edição rápida em filmes de ação de Hollywood, que começou depois de ‘Bad boys’, como se fosse algo ruim. Mas acho isso injusto. Meus filmes desaceleram com o passar do tempo. Quer ver edição rápida? Assista a algum filme do Paul Greengrass [diretor de ‘O ultimato Bourne’]. O dobro da velocidade, e já ganhou até Oscar de edição.”



Novidades no elenco
Personagens como Optimus Prime, o líder Autobot durão, e Bumblebee estão de volta, e as cenas de combate protagonizadas por eles impressionam. “Eu vejo robôs. Na minha cabeça, sei exatamente como eles se movimentam na cena”, diz. “Depois que temos a história, preenchê-la com cenas de ação é como montar um quebra-cabeça”, diz Bay.





Nem todo o elenco (de robôs e humanos) permanece o mesmo em “O lado oculto da Lua”. Apesar de o protagonista Sam Witwicki ainda ser interpretado por Shia LaBeouf (que Bay diz considerar seu “irmãozinho”), a atriz Megan Fox não completa mais o par romântico.


Dispensada depois de problemas no set, quando reclamou que o diretor era duro demais nas filmagens, Megan foi substituída pela modelo Rosie Huntington-Whiteley. “Conheci a Rosie filmado para a Victoria’s Secret, e ela me disse que gostaria de atuar. Chamei-a para uma audição, paramos com as gravações e a colocamos no set com a equipe toda. Ela tem classe, ajudou o filme como um todo."

As novidades no elenco (John Malkovich também foi escalado co
mo um executivo bronzeado e metrossexual) são mais uma aposta do diretor na tentativa de desfazer a impressão deixada pelos filmes anteriores, e fechar sua trilogia por cima. Mas mesmo com todo o charme de Rosie, o espectador deve ficar de olho na qualidade das perseguições, estouros e explosões antes de decretar a redenção de Michael Bay.


Fonte: G1

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